Esses dias eu dancei e me senti como nos tempos em que eu era livre e não sabia. Sim, me senti como criança de novo, que pula, rodopia, que ri escandalosamente sem ligar pra nada. Foi bom demais, sentir a liberdade que vinha de fora para dentro a cada giro, a cada ritmo e a cada pisada no pé também, dancei com quem quer que fosse sem me preocupar se aquela pessoa tinha nome ou não, ela queria me fazer dançar e só isso importava.
Fui feliz de novo, como já não era a algum tempo. A vida nos transtorna tanto que a gente deixa de lembrar que ela pode ser boa, e que nem é tão difícil assim.
Acho que quanto mais vivemos mas burros ficamos. Lembro que quando eu era menor, dizia para todos que a vida só é ruim quando a gente deseja ve-la desta forma. E hoje, uns 10 anos depois, eu me deixei ver a vida pelas lentes erradas, e então sofri e briguei sem necessidade.
Sabe, o jogo do contente (leiam Pollyana) é muito fácil ser jogado quando ainda não somos adultos o suficiente para encararmos os problemas como problemas. E eu me pergunto se vale a pena dificultar um jogo simples, problemas têm esse nome apenas por que são passíveis à soluções. Mas os os adultos não vêem isso.
Quanto descobri que eu estava crescendo foi a primeira vez que sofri de verdade, acho que com a sabedoria que as crianças têm eu já sabia que crescer não era boa coisa. A gente só pode entrar nas boates e só pode beber depois dos 18 apenas porque é só depois dessa idade que a gente realmente passa a necessitar uma válvula de escape. Não porque as obrigações e responsabilidades aumentam, cada idade tem sua própria responsabilidade, mas sim porque o jeito como encaramos as coisas mudam.
Eu não quero ser criança, mas me recuso a ser adulta se isso indicar regressão, já fui mais esperta e só quero ficar ainda mais.
A vida é dura não para nos machucar mas porque a gente precisa de um chão firme pra pisar.
domingo, 4 de outubro de 2009
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Para a parte da canção, um pouco de Chico Buarque e Elis Regina em "O baile dos mascarados":
ResponderExcluirChico]
Quem é você?
[Elis]
Adivinha se gosta de mim
[Coro]
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim
[Chico]
Quem é você?, diga logo
[Elis]
Que eu quero saber o seu jogo
[Chico]
Que eu quero morrer no seu bloco
[Elis]
Que eu quero me arder no seu fogo
[Chico]
Eu sou seresteiro, poeta e cantor
[Elis]
O meu tempo inteiro só penso no amor
[Chico]
Eu tenho um pandeiro
[Elis]
Só quero um violão
[Chico]
Eu nado em dinheiro
[Elis]
Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
[Chico]
Eu, modéstia à parte, nasci para sambar
[Elis]
Eu sou tão menina
[Chico]
Meu tempo passou
[Elis]
Eu sou Colombina
[Chico]
Eu sou Pierrô
[Coro]
Mas é Carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar
Deixa o barco correr
Deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira
E você me quer
O que você pedir, eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser...
Para a parte da sabedoria infantil, Jesus Cristo: "Se quiser conhecer o reino dos céus, aprenda com as crianças"